domingo, 29 de agosto de 2010

Sentir

ele era mais que belo, era vivo. de um vivo contagiante que me levava aos lugares mais incríveis só pelo fato de eu estar ali, do seu lado. não precisei dizer nada. nem um gesto, nem uma palavra. só senti a sua mão tocar minha cintura e o sua respiração tão perto que me provocava arrepios pelo corpo. era a primeira vez que aquela sensação estranha percorria cada parte de mim. ele só me abraçou e pediu que eu ficasse calma. não hesitei.

sábado, 14 de agosto de 2010

Nostalgia

Faz tempo que não escrevo. A correria do meu dia a dia me tira o tempo de fazer uma das coisas que eu mais gosto. Escrever. Escrever não só sobre poesia, romantismo, paixão, amor. Mas escrever sobre o que é, de fato, importante e necessário ser discutido. E isso toma tempo, porque é necessário pensar, refletir, dosar as palavras de maneira a se fazer entender. Ter argumento. Sustentar ideias, ideais, ideias ideais. E tudo isso não se faz em 5 minutos, que é o tempo que eu gasto pra escrever a maioria dos textos que compõem este blog - abandonado, aliás.
Mais uma vez, pensei sobre ser jornalista. Um episódio que ocorreu na semana passada, durante uma aula (?) da faculdade fez eu repensar sobre o rumo que estamos dando à nossa profissão. A indignação de um lado. O descaso, do outro. É frustrante para ambos os lados. Nenhum deles espera do outro nada além do que a convivência superficial e o faz-de-conta de que está tudo bem, de que as coisas estão nos eixos, de que cada uma das partes envolvidas cumpre seu papel. Não está nada bem. Ainda mais em se tratando de uma universidade pública. Passamos por tantas dificuldades, tantos obstáculos e pedras no caminho. Já enfrentamos greves, descaso das autoridades para com o nosso ensino. Não temos os melhores recursos para praticar aquilo que aprendemos na teoria. E, quando temos, são sucateados. A única coisa que temos é uma cabeça pensante e vontade de ir além daquilo que esperam de nós. E nem isso estamos fazendo. Vestibulares não são mais parâmetro para nada. Não medem a capacidade de ninguém. Está se tornando frustrante sair de casa e ir para a faculdade. O tesão e a sensação de descoberta não mais existem. Não reconheço mais as pessoas. Não temos mais o ritual de ficar conversando no pátio, entre uma aula e outra. Quase não vemos mais nossos colegas e amigos. A vontade de "cair fora" logo para se dedicar somente ao trabalho é cada vez maior. E a dedicação aos melhores e, quem sabe, mais produtivos anos da nossa vida, ficam esquecidos num passado que, no futuro, trará grande nostalgia.