terça-feira, 19 de outubro de 2010

no hay dolor que para siempre dure

não existe coisa pior que você possa fazer do que me tratar com indiferença. detesto a forma como você faz eu me sentir desinteressante. me dói saber que há algum tempo estávamos tão mais próximos que hoje. não sei se é culpa de alguém ou se são coisas que acontecem. mas eu queria sentir de novo aquele nosso entusiasmo, das noites em claro conversando, dos beijos cheios de sentimentos que faziam eu me sentir mais viva. queria que você me chamasse outra vez para ver as estrelas, como daquela vez. mas essas coisas parecem ter ficado apenas nas suas lembranças mais remotas. e a minha angústia em aceitar que tudo isso está acabando me machuca um pouco, todos os dias.

raiva

existem aqueles dias que vocês sabe QUE NÃO DEVIA SAIR DE CASA. o dia é ruim, começou ruim, tem tudo pra acabar ruim. e não é pessimismo, é a lei da natureza. pra completar, sempre tem aquelas pessoas carregadas de energias negativas que vão dizer qualquer coisa que você nem se importaria se fosse outra hora, mas HOJE é diferente.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Oportunismo cor-de-rosa

É engraçado como se tornou fácil ser famoso hoje. Basta se envolver em algum caso de grande repercussão – positiva ou negativa – para que você seja lançado ao estrelato.

Em outubro de 2009, um caso chamou a atenção. A estudante de Turismo Geisy Arruda foi hostilizada pelos colegas da Uniban, interior de São Paulo, por um motivo bastante curioso: o seu vestido era curto. Bastante curto, conforme algumas opiniões. Não importou o fato de a moça ter as curvas avantajadas, ser loira e atraente (para alguns, isto é), os colegas não pouparam a pobre estudante e a ‘represália’ à menina do vestido rosa-choque tomou proporções surpreendentes. Na época, o caso dividiu opiniões. Enquanto alguns condenavam a atitude dos estudantes, achando-a absolutamente moralista e preconceituosa, outros apoiavam, alegando que a roupa da jovem realmente não era adequada para usar em um local como a sala de aula – estava mais para uma festa ou qualquer lugar que se permitisse vestir roupas tão “ousadas”, diga-se de passagem.

Em novembro de 2009, a Universidade anunciou a expulsão da jovem da instituição, alegando o “desrespeito a princípios éticos, à dignidade acadêmica e à moralidade”, mas revogou a decisão dois dias depois. A estudante, no entanto, decidiu que não retornaria à Uniban. Hoje, um ano após o ocorrido, a faculdade foi condenada a pagar indenização por danos morais de R$ 40 mil à ex-aluna.

O que de fato espantou nesta história toda não foi nem a rebelião moralista dos colegas da jovem (veja o vídeo em http://www.youtube.com/watch?v=5zKWQW_CADw&feature=related), mas como a ‘vítima’ se transformou em uma estrela literalmente da noite para o dia. Após o episódio que a tornara conhecida nacionalmente, a estudante, que foi humilhada, maltratada e agredida moralmente, foi musa de videoclipe de pagode e de rap, capa de revista, participou de vários programas de televisão e inclusive anunciou que iria leiloar o vestido – sua marca registrada – e a calcinha que usava no dia polêmico. Também fez cirurgias plásticas, ganhou aplique loiro no cabelo e foi uma das atrações no Carnaval de Salvador, São Paulo e Rio de Janeiro. Claro que não é culpa da Geisy Arruda todos esses holofotes em cima dela. Afinal, ela foi vítima. O que é incoerente é a maneira como essa moça de origem humilde de São Bernardo do Campo usufruiu do episódio como uma forma de alavancar sua vida. Mesmo tendo o direito de retornar à Universidade, ela não voltou a freqüentar às aulas. Mas quem precisa de um bom português e de uma formação de nível superior quando se é uma celebridade, não é mesmo? Geisy quer mais é aproveitar seus duradouros 15 minutos de fama, que agora serão potencializados graças ao convite que a loira recebeu para participar da A Fazenda, programa da Rede Record.

Enquanto a ex-estudante de hotelaria – agora também empresária, depois o lançamento da sua grife, a Rosa Divino – fica confinada na casa mostrando seu belo bumbum na piscina e lutando para ganhar o prêmio de R$ 2 milhões oferecidos ao vencedor, sua defesa no processo movido contra a Uniban continua batalhando pelo pagamento de R$ 1 milhão exigido pela (ambiciosa) cliente.

Apesar de dizer que não gosta de falar sobre o assunto e que a lembrança do episódio ainda lhe traz muitas mágoas, Geisy não parece se importar em relembrá-lo quando a finalidade é injetar mais alguns zeros na sua conta bancária. Ela até promete contar o caso em detalhes em uma biografia polêmica (aguardemos!!). Oportunismo? Capaz. É só uma pobre garota que gostava de usar vestido curto e que sofreu com os colegas conservadores e moralistas.



(texto feito para a disciplina de Webjornalismo 2010/2, Fabico -UFRGS, e 'adaptado' para essa postagem)